sábado, 26 de julho de 2014

Casamento gay no Rio Grande do Sul gera polêmicas em CTG.



Polêmicas em casamento coletivo com casal gay no Rio Grande do Sul





Cerimônia inédita será realizada no Centro de Tradições Gaúchas

Imagens do Centro de Tradições Gaúchas Sentinelas do Planalto, em Santana do Livramento (RS), onde será celebrada a união gay - Reprodução

PORTO ALEGRE - Graças à juíza Carine Labres, o Rio Grande do Sul terá seu primeiro casamento gay na sede de um CTG — Centro de Tradições Gaúchas, o local é considerado como um santuário para os tradicionalistas do estado. Mas o evento, marcado para setembro, precisará de um reforço na segurança devido a indignação dos tradicionalistas, que não aceitam que a cerimônia se realize num templo do gauchismo.
O evento reunirá 30 casais, sendo um deles formado por duas mulheres, no segundo matrimônio coletivo de Santana do Livramento, a cerca de 500 KM de Porto Alegre. A união vai ser realizada na sede do CTG em 13 de setembro, justamente quando se iniciam as comemorações da Semana Farroupilha.
A pressão dos tradicionalistas, porém, foi tamanha que o casório esteve ameaçado de reunir apenas os parceiros heterossexuais. Dos quatro casais gays antes interessados em participar do ato, três desistiram com medo das consequências que poderiam haver em suas vidas pessoais.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Savaris, não quis se pronunciar sobre o assunto por entender que se trata de “falsa polêmica” para desmoralizar a valorização dos costumes gauchescos. Mas deixou claro seu descontentamento em um editorial publicado na página do movimento. “Para casamentos no interior dos galpões (dos CTGs), desde que sejam entre tradicionalistas e que as cerimônias ocorram no modo tradicional, sejam elas civis ou religiosas, não há qualquer restrição”. Para ele, o conceito de moderno tem privilegiado o que é “anárquico, alternativo, bizarro”.
Para a juíza Labres, a utilização de um CTG para o casamento coletivo foi uma forma de homenagear as tradições gauchescas, comemoradas na terceira semana de setembro em todo o Estado, e como “uma mensagem de tolerância”.
— Não se trata de provocação, pelo contrário. A presença de casais homoafetivos nesses eventos deve ser encarada com naturalidade, já que se trata de uma união respaldada por lei federal. A família deve ter por base o afeto e não apenas o gênero dos parceiros — justificou a juíza, que oficiou a Procuradoria Criminal de Santa do Livramento para que garanta a integridade do casal homoafetivo inscrito na cerimônia coletiva. Ela pedirá reforço à Brigada Militar no dia do casamento.
O “patrão” do CTG Sentinelas do Planalto, Gilbert Saldívia Gisler, concordou com a cerimônia, mas fez uma advertência a todos os casais:
— Beijo aqui dentro, não mesmo. Se quiserem se beijar, tem que ser da porta pra fora.

 Fonte: oglobo.com








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